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S.O.S. Tarantula

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Mensagem por Admin Dom Ago 07, 2011 1:50 pm

Problemas de Saúde

Nesta secção serão abordados os problemas de saúde mais comuns nas tarântulas, bem como se deve proceder perante estes.
A literatura refere várias vantagens em mudar uma tarântula doente para uma UCI – Unidade de Cuidados Intensivos.

Esta unidade é caracterizada como um recipiente bastante pequeno, que minimiza a área da tarântula (diminuindo assim o stress e facilitando o processo de a apanhar ou cuidar dela). Também não tem substrato mineral. Nas UCI deve ser usando apenas papel higiénico ou jornal (por ser eficaz na regulação da humidade). A unidade de cuidados intensivos deve ser guardada num sitio escuro para minimizar o stress. E de preferências uns poucos Cº acima da temperatura regular da tarântula (para estimular o metabolismo do animal.)

Trauma
É possível que uma tarântula sofra um trauma, pode ocorrer por cair ou mesmo durante o manuseamento.
Qualquer situação que cause um buraco no corpo da tarântula (uma "ferida") deve ser tratado como trauma.
Deve-se avaliar a ferida e ter em conta a sua localização.
Articulação: Não nada deve ser feito pois existe o risco de imobilizar a perna do animal. Deve-se esperar que uma porção da hemolinfa saia (o sangue das tarântulas: um líquido transparente-esverdeado), e que coagule estancando assim a perda de fluidos. Se tal não acontecer (coagulação) devem ser tomadas medidas extremas: arrancar a pata.
Para isso deve-se colocar a pinça o mais próxima possível do corpo do animal e, num movimento rápido e firme, puxar a pata pelo trocânter. Tal como no ser Humano, a perda de um membro provoca a uma contracção muscular que estanca a hemorragia.
Este procedimento chama-se autotomia e só deve ser executado depois de ler um pouco mais sobre o assunto.
O mesmo procedimento pode ser aplicado se existir uma extremidade de uma pata comida ou a sangrar sem estancar.
As patas da tarântula voltarão a crescer lentamente nas mudas seguintes.
Não-articulação: Se a ferida não for numa articulação pode ser aplicada supercola, que não apresenta toxicidade, segundo registos encontrados na literatura. Segundo os mesmos registos, no momento da muda, a supercola simplesmente fica na muda externa sem afectar o processo em si. Outra solução referenciada na literatura é o verniz de unhas, que não apresenta toxicidade ou afecta o processo de muda.

Desidratação e Fome

Quando desidratada ou com fome a tarântula perde alguma vitalidade e diminui os seus movimentos. Existem descrições que mencionam o facto de a aranha andar ligeiramente curvada sobre si própria, notando-se esta postura especialmente os pedipalpos. Também segundo a literatura o abdómen pode estar enrugado e encolhido. Uma fonte de água aberta e assegurar que a tarântula a encontra revertem este estado. É normal se o animal passar um par de horas a beber água.
Uma tarântula pode aguentar um a dois anos sem comer, ou dois meses. O dono deve conhecer o animal, pois o seu ritmo metabólico é único e é adequado em função da fase de vida em que se encontra. Uma tarântula pode não se alimentar por diversas razões: por estar em pré-muda, por obesidade, por estar infectada com algum microrganismo, ou simplesmente porque não lhe apetece.

Se o abdómen da tarântula estiver demasiado pequeno é hora de agir. Deve ser avaliada a possibilidade de infecção por nemátodes, abordada mais à frente nesta página.
Se não existirem sinais de qualquer infecção ou problema stressante para a tarântula, deve-se esmagar um grilo e assegurar o seu contacto com os pedipalpos da tarântula, para que possa "cheirar” as vísceras do grilo. Após este contacto, a tarântula deve ser deixada sozinha, num local escuro durante a noite. Poderão ser oferecidos mais 2 ou 3 grilos desta forma.
Após a melhoria do animal este deve ser estimulado a caçar novamente.

Micose

Todos os seres vivos classificados no reino FUNGI (fungos) gostam de 3 coisas. Humidade, calor e escuro.
Estas 3 condições num terrário são equação certa para obter bolor e desenvolver dentro do terrário.

Primeiro irá infectar a comida da tarântula e restos de comida, de seguida o substrato, e mais tarde ou mais cedo a tarântula. É de sublinhar ainda que os pulmões folhosos das aranhas são propensos a este tipo de infecções.
Após infectar o sistema respiratório, é vulgar infectar o exosqueleto da tarântula, maioritariamente no extremo das patas.
A AviculariaPT recomenda o uso de IODOPOVIDONA a 10% (conhecida tradicionalmente por betadine), visto ter vindo a demonstrar óptimos resultados no mundo da aracnologia. Para preparar a solução basta misturar 1 ou 2 colheres de sopa de betadine e 1L de água.

Em casos mais extremos a literatura reporta a utilização de álcool a 70%.

Um pulverizador deve ser utilizado para pulverizar a tarântula e o substrato com a solução.
Se houver a possibilidade é preferível transferir o animal para uma UCI.
Nenhum destes procedimentos tem como finalidade curar a tarântula: apenas atrasam a evolução da infecção enquanto o seu sistema imunitário acaba com a infecção.

Nemátodes

A aranha vai parar de se alimentar imediatamente após obter esta infecção. Pode provocar uma baba esbranquiçada que vai saindo pela boca da tarântula. Esta vai passar mais tempo próxima da fonte de água, e vai ter os seus pedipalpos quase sempre debaixo dela. Para confirmar a infecção deve ser retirada uma amostra da boca da aranha com um cotonete e mergulhar o mesmo numas gotas de água. Observe cuidadosamente o fundo do recipiente, se houver infecção serão observados minúsculos seres brancos em movimento na água (parecem minúsculas lombrigas).
Assim que uma tarântula seja diagnosticada com nemátodes, deve ser imediatamente separada do resto da colecção, pois estes são infecciosos. O material que foi usado para cuidar da aranha deve ser todo esterilizado, em água a ferver, e com álcool. O substrato do animal deve ser deitado fora e o terrário desinfectado com água quente, álcool e lixívia.
O terrário deve ser bem lavado uma segunda vez e deve ser deixado a secar num local longe do resto da colecção (os nemátodes são altamente contagiosos: podem ser disseminados por vectores (ex. pequenos mosquitos), objectos e mãos contaminadas, quando se cuida de diversas tarântulas.)

Esta infecção não está ainda completamente compreendida, e pensa-se que seja uma infecção que pode também ser transmitida pelo alimento vivo infectado.
A aranha infectada deve ser a última a ser tratada, para não se correr risco de infectar outras.
O material utilizado nos cuidados deve ser exclusivo dessa mesma aranha.
A literatura relacionada com este tema sugere que estes animais sejam mortos de imediato, congelados ou colocados em álcool. Se este processo for continuado, sem tentativas de investigação, não existirá qualquer evolução desta temática.
Se tiver este problema entre em contacto com AviculariaPT, de modo a podermos trabalhar em equipa, no sentido de produzir alguma evolução no conhecimento relacionado com esta temática.
Alguns anti-parasitários têm demonstrado efeito na morte dos nemátodes, como o lamisol. No entanto as doses usadas têm sido letais para a tarântula. Alguns antibióticos como as tetraciclinas também têm sido utilizados com algum sucesso pois o nemátode precisa de algumas bactérias do seu tubo digestivo para sobreviver. Como as tetraciclinas impedem o crescimento bacteriano, atrasa a infecção da tarântula pelo parasita.

Mais conhecimento e experimentação nesta área poderão obter bons resultados na erradicação desta doença.

Hipotermia

Quando a tarântula viaja, principalmente de país para país, a temperatura a que esta exposta pode variar bastante.
A nível Europeu é de destacar a ocorrência de temperaturas mais baixas que o adequado.

A hipotermia provoca imobilização, ou diminuição da mobilidade da tarântula. Ainda assim persistem sinais de vida. Geralmente adoptam a posição de "deitadas" com as patas em extensão.
Deve-se colocar o animal numa UCI, com humidade e temperaturas aumentadas por alguns dias. Algumas melhorarão, outras morrerão. Não existem estatísticas descritivas que demonstrem sucesso no tratamento, mas existem muitos casos reportados de melhorias.

Ácaros

Sugere-se a leitura de literatura sobre o assunto.

Referências Bibliográficas:
The Tarantulas Keeper Guide (1998) 2nd Edition.
Brock, Biology of Microorganisms, (2006)
Microbiologia Médica, Lange EDITORA.

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